Ricardo joga como os grandes mestres
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Em que pese estarmos há 14 meses da eleição, o movimento das pedras no tabuleiro sucessório paraibano, contudo, há tempos já foi iniciado.
Inicialmente foram as oposições que instigaram o debate, quando afirmavam que o governo não tinha nomes para suceder o atual governador e que elas tinham nomes sobrando, citando Romero Rodrigues (PSDB-CG), Zé Maranhão (Senador-PMDB) e Luciano Cartaxo (PSD – JP), principalmente.
Tempos depois, num primeiro lance, o governo define João Azevedo como seu pré-candidato e deixa os oposicionistas sem mais aquele discurso e, pior, sem definição de quem seja seu candidato. É bem verdade que ainda há muito tempo mas, para quem dizia que tinha nomes de sobra e que o governo não tinha nome nenhum, convenhamos, a situação inverteu-se!
Com o nome de JA definido, RC passou a apresentá-lo, num segundo lance, nas diversas regiões do Estado sob o lema “João Azevedo é a continuidade do nosso governo e do nosso projeto.” E, não sem motivos, essas andanças ganharam generosos espaços de toda mídia, colocando em segundo plano a candidatura oposicionista, que ainda nem se definira por Romero, ou por Zé ou por Cartaxo.
Tal qual os grandes mestres do xadrez que movimentam uma pedra já calculando quatro e até mais jogadas à frente, depois de consolidar seu candidato RC passou ao terceiro lance, iniciando uma reaproximação com Zé Maranhão, comandante em chefe do PMDB.
Satisfeito com o cortejo palaciano, Maranhão, também mexendo as pedras do xadrez, acena positivamente ao chefe do executivo e aí a ciumeira toma conta das hostes do Paço Municipal distanciando mais do que se imagina Maranhão e Cartaxo.
Atônito com o trator de esteira socialista que arrasta sua lavoura política tão bem adubada nos últimos tempos, o PSDB do senador Cássio está sem saber pra onde vai e o que fazer!
Pra quem achar tudo isso pouco, é bom pensar nos lances por vir. Porque, ao atrair Maranhão, Ricardo aprofundou o fosso que separa o PMDB de Cartaxo, além de enfraquecer articulações do PSDB em direção à pré-candidatura do PSD, porque ninguém quer se articular com quem perde aliados.
De lance em lance o governador vai minando uma pré-candidatura de união nas oposições, isolando até então possíveis pré-candidatos.
Nesse compasso, dificilmente Luciano Cartaxo deixará a Prefeitura de João Pessoa.
Fernando Caldeira