Um novo tempo
Por - em 9 anos atrás 696
O impeachment de Dilma Rousseff, em vias de ser concretizado no julgamento definitivo pelo Senado Federal, não serviu apenas para interromper um governo desmoralizado pela corrupção e incompetência que conduziram o país a uma das mais graves crises de sua história republicana.
Além do iminente encerramento do ciclo lulopetista marcado pelo desmantelo e pelo esgarçamento das instituições ao longo dos últimos 13 anos, a simples mudança no comando do Poder Executivo com a gestão interina do presidente Michel Temer devolveu um pouco de esperança à maioria expressiva da população e gerou um misto de alívio e otimismo em relação ao futuro.
Os primeiros anúncios feitos pela equipe econômica, ainda nesta semana, transmitem segurança e credibilidade aos mercados, aos investidores e à sociedade em geral. Sob o comando de nomes experimentados como o novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que se cercou de profissionais do mais alto gabarito, a economia recebe uma inequívoca sinalização: acabou a era de imprevisibilidade que marcou os tempos de Lula e Dilma.
A perspectiva é de que a confiança seja restabelecida, os investimentos retomados e, gradativamente, o país tenha condições de recuperar sua atividade econômica e voltar a crescer.
Para tanto, o presidente Temer já deixou claro em seu discurso de posse que pretende incentivar as parcerias público-privadas, fortalecendo a união entre o governo federal e as empresas na melhoria da infraestrutura tão abandonada pelas administrações lulopetistas, pois há uma nítida convicção de que o país só voltará a gerar empregos por meio de ações conjuntas entre o Estado e o setor produtivo.
Outro aspecto muito positivo dos primeiros dias do novo governo é a altivez apresentada pelo Itamaraty, agora conduzido por José Serra, um dos homens públicos mais experientes e bem preparados do país.
Após anos de subserviência ideológica e alinhamento com os países bolivarianos, de menor expressão política e comercial, o que levou a um isolamento cada vez maior do Brasil em relação ao mundo desenvolvido, é alvissareira a postura do Ministério das Relações Exteriores ao responder duramente às críticas de Venezuela, Bolívia, Equador, Cuba, Nicarágua e El Salvador ao impeachment.
Depois de qualificarem o impedimento de “golpe”, esses países receberam um comunicado esclarecedor e irreparável do governo brasileiro, restabelecendo a verdade dos fatos e desmistificando a tese desonesta de que Dilma foi apeada do cargo de forma antidemocrática. Um exemplo lapidar de que, a partir de agora, retomaremos a liderança na região e preservaremos nossa soberania para além de questiúnculas meramente ideológicas.
Apesar do esperneio dos lulopetistas, que continuam apostando no conflito e na divisão da sociedade entre “nós” e “eles”, os brasileiros têm plena consciência de que aqueles que foram derrotados de forma democrática e constitucional no processo de impeachment não podem agora posar de vestais.
É do governo do PT a responsabilidade pela maior recessão de nossa história, pelo desemprego que atinge mais de 11 milhões de cidadãos, pelo endividamento crescente das famílias, pela inflação que corrói a renda do trabalhador, entre outras mazelas que fazem parte da herança maldita deixada por Lula e Dilma.
A presidente afastada e seu antecessor lideraram governos que cometeram crimes e dilapidaram o Estado, mas hoje atuam de forma incendiária na oposição e se comportam como se não tivessem nenhuma relação com o descalabro vivido pelo país.
É hora de um novo tempo. Temos de arregaçar as mangas e trabalhar duro para tirar o Brasil do atoleiro em que se encontra. O caminho não será fácil, mas com o esforço de todos é possível superar as dificuldades e retomar o trilho do desenvolvimento. As primeiras impressões sobre o novo governo são positivas.
Que Michel Temer e sua equipe sejam bem sucedidos na árdua tarefa de recuperar um país enfermo.
Roberto Freire