O futuro pede passagem

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O primeiro passo para o impeachment de Dilma Rousseff foi dado pela Câmara dos Deputados, em votação histórica, com a aprovação por mais de dois terços de seus representantes da abertura do processo de impedimento da presidente da República.

Cumprindo sua prerrogativa constitucional e em consonância com o desejo amplamente majoritário da sociedade, a Casa iniciou o caminho que pode levar ao fim do desgoverno lulopetista, de forma legítima e democrática, pelo bem do Brasil e em respeito absoluto ao que determina a nossa Constituição.

A partir de agora, caberá ao Senado Federal a apreciação da admissibilidade do processo e a votação final que, caso alcance os dois terços de parlamentares necessários ao impeachment, afastará Dilma de forma definitiva do Palácio do Planalto.

A população tem de se manter mobilizada, seja nas ruas ou nas redes sociais, e continuar acompanhando atentamente o trâmite do processo junto aos senadores. O Congresso Nacional deve ter o compromisso de não fazer nenhum jogo protelatório, como insinuam alguns parlamentares governistas, sob pena de prolongar a crise que aflige os brasileiros e gerar um ambiente de indefinição política e insegurança institucional que fragilizaria ainda mais o país.

As forças políticas que votaram pelo impeachment de Dilma na Câmara e o farão no Senado têm a responsabilidade política e até a obrigação moral de dar sustentação ao governo de transição que emergirá, como é natural e próprio do regime democrático.

Não podemos repetir o equívoco histórico do PT, que participou ativamente do impedimento de Fernando Collor em 1992, mas se recusou a integrar a coalizão comandada por Itamar Franco.

A nova gestão terá um caráter inequivocamente reformista e, diante do desmantelo econômico que os governos de Lula e Dilma legaram ao país pela incompetência e irresponsabilidade dos últimos 13 anos, o novo presidente necessitará de um apoio expressivo do Parlamento para levar adiante as reformas de que o Brasil precisa neste momento tão delicado.

Ao contrário das mentiras que já começam a ser propagadas pelo PT, não há qualquer intenção de cortar os programas sociais ou mexer naquilo que estiver funcionando.

O próprio vice-presidente Michel Temer reiterou que as alterações mais profundas e necessárias se darão especificamente nas áreas que têm sérios problemas e precisam avançar, sobretudo no campo econômico, duramente afetado por uma das maiores recessões de nossa história republicana, com desemprego recorde e inflação em alta.

É fundamental agir rápido e com eficiência para dar esperança às famílias brasileiras, tão vilipendias pelo descalabro promovido pelo lulopetismo.

O governo Itamar, ao qual servi honrosamente como líder na Câmara, é a prova cabal de que, ao contrário do que se viu no período em que o PT conduziu o país, é possível formar maiorias no Parlamento e angariar apoios a partir de um programa e de propostas, e não das tenebrosas transações que desaguaram no mensalão e no petrolão – os dois maiores escândalos de corrupção da história do Brasil, que têm o carimbo do PT e as digitais de Lula e Dilma.

O governo de transição que se avizinha será de coalizão, como deve ser em uma democracia em que se respeitem as instituições republicanas, e não de cooptação.

Os mais de 70% de deputados que votaram pelo impeachment na Câmara e os muitos milhões de brasileiros que tomaram as ruas em todo o país já deram o seu recado: é preciso encerrar o governo que aí está, autor de uma série de crimes de responsabilidade, e escrever um novo capítulo de nossa história.

Em nome da esperança, do destino das novas gerações, da democracia e da Constituição, chegou a hora de o Brasil se livrar daqueles que se locupletaram do Estado e o tomaram de assalto em prol de um mero projeto de poder. Precisamos virar essa página e não devemos ter medo do futuro, que pede passagem.

Roberto Freire