Brasil tem 2.782 casos suspeitos de microcefalia e 40 mortes, diz governo

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 microcefaliaAté 19 de dezembro, foram notificados 2.782 casos suspeitos da microcefalia em 618 municípios de 20 Unidades da Federação, de acordo com o novo boletim epidemiológico divulgado nesta terça-feira (22) pelo Ministério da Saúde. O balanço mostra ainda que houve 40 óbitos por microcefalia deste o início.

Até o último sábado (12), haviam sido notificados 2.401 casos de microcefalia em 549 municípios de 20 unidades da Federação, o que mostra que o número de casos continua subindo.

O boom de casos de microcefalia acontece ao mesmo tempo em que o país vive surto de casos de zika, vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue e a febre chikungunya.

A relação do vírus com a microcefalia já foi confirmada após a morte de um bebê cearense cuja mãe foi infectada durante a gravidez.

A investigação dos casos de microcefalia relacionados ao vírus zika está sendo feito em conjunto com gestores de Saúde de Estados e municípios.

Zika: só doar sangue após 30 dias

O Ministério da Saúde orienta que a população não deixe de fazer doações de sangue, principalmente pelo fato de que no fim de ano a demanda por sangue aumenta em todo o país.

Mas quem teve zika deve esperar pelo menos 30 dias para fazer a doação. Isso porque há suspeita de infecção do vírus zika durante transfusão de sangue.

Segundo o diretor de Vigilância de Doenças Transmissíveis, Cláudio Maierovitch, o ministério reforçou as orientações passadas aos hemocentros no começo do mês sobre os critérios estabelecidos para doação de sangue.

Postos de coleta devem reforçar os cuidados na entrevista com candidatos a doadores de sangue sobre a ocorrência de sintomas relacionados à zika – febre baixa, coceira e manchas pelo corpo. Caso esses sintomas sejam apresentados, a doação não deve ser feita.

“As medidas visam à ampliação da segurança na doação e a qualidade da informação para a busca ativa de dados clínicos sobre o receptor”, afirmou Maierovitch.

Com as festas de fim de ano, o governo recomenda também que a população tome mais cuidado no descarte de garrafas e copos plásticos, para evitar que os objetos se tornem locais de acúmulo de ovos de Aedes aegypti.

“Antes de fechar seus imóveis, verifiquem a vedação da caixa d’água, desentupam as calhas já que está prevista uma grande quantidade de chuva no sul e sudeste, e confira o tanque de lavar louca, ralos, para que haja integração da água escoada”, afirmou Antônio Carlos Nardi, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.

Combate ao mosquito

Equipes técnicas de investigação de campo do ministério da Saúde estão trabalhando nos Estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe e Ceará, informou Nardi.

O objetivo do governo é conseguir visitar 100% das residências brasileiras até 31 de janeiro para combater focos do mosquito Aedes aegypti. Para isso, as ações de combate ao mosquito e cuidado com os criadouros ganham reforço de mais de 266 mil agentes comunitários de saúde espalhados pelo país, informou Maierovitch.

“Estamos estabelecendo média de 20 visitas ao dia por agente de saúde e endemias”, declarou Nardi.

Atualmente, a circulação do zika é confirmada por meio de teste PCR, com a tecnologia de biologia molecular. Segundo Maierovitch, o Ministério da Saúde capacitou 11 laboratórios públicos para realizar o diagnóstico de zika. Com as cinco unidades de referência no Brasil para esse tipo de exame, já são 16 centros capacitados para fazer o teste.

Nos próximos dois meses, a tecnologia será transferida para mais 11 laboratórios, somando 27 unidades para analisar 400 amostras por mês, informou o Ministério da Saúde.

Terra