Nicolás Maduro diz que militares que saíram às ruas foram pagos; Juan Guaidó convoca novos protestos.

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Na primeira aparição pública desde o início dos conflitos na Venezuela desta terça-feira (30), Nicolás Maduro afirmou que os militares que apoiaram Juan Guaidó foram pagos pela oposição. O chavista ainda negou que tenha perdido respaldo das Forças Armadas e o controle da base de La Carlota, em Caracas.

Durante o pronunciamento, chefe do regime exibiu um vídeo em que um suposto militar favorável a Guaidó afirmava que foi enganado para participar dos atos desta manhã. A autenticidade da gravação não foi confirmada.

O autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó, iniciou um ato perto da base de La Carlota, considerada estratégica para a Venezuela, nas primeiras horas desta manhã. O líder oposicionista afirmava que conquistou o apoio dos militares venezuelanos, o que o regime chavista rechaçou. Houve confronto, e dezenas de pessoas ficaram feridas.

Onde estava Maduro?

A declaração de Maduro desta noite foi a primeira aparição pública desde o início dos novos conflitos em Caracas pela manhã. Até então, ele só havia se pronunciado por meio de mensagens nas redes e por porta-vozes.Soldado fiel a Juan Guaidó aponta seu fuzil contra forças de Maduro diante da base aérea 'La Carlota' durante confronto em Caracas — Foto: Boris Vergara/AP

“Vamos continuar vitoriosos em todas as conjecturas. Nossa causa é de um povo que não quer ser colônia gringa”, afirmou o chavista, em cadeia nacional.

Mais cedo, lideranças chavistas convocaram militantes a um ato em frente ao Palácio de Miraflores, de onde Maduro costuma discursar. O chavista, no entanto, não apareceu.

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse ao jornalista Wolf Blitzer, da CNN, que Maduro estava pronto para deixar o país nesta terça-feira, mas foi convencido pela Rússia a ficar. Posteriormente, o chanceler do regime chavista, Jorge Arreaza, negou a informação.

Guaidó convoca ato no 1º de Maio

Multidão de manifestantes pró-Maduro participa de protesto  em defesa do presidente perto do Palácio Miraflores, em Caracas, a cerca de 10 km da base aérea 'La Carlota' — Foto: Matias Delacroix/AFPEm mensagem divulgada nas redes sociais, Juan Guaidó convocou novos protestos para esta quarta-feira (1º). Ele disse, na gravação, que Nicolás Maduro “não tem o respaldo nem o respeito das Forças Armadas”.

“Hoje, há possibilidade de uma rebelião pacífica contra um tirano que se fecha por medo da nossa gente”, declarou Guaidó.

O líder oposicionista, inclusive, já havia previsto o que chamava de “maior manifestação da história” para este feriado de Dia do Trabalhador. Segundo ele, a Venezuela está na fase final da “Operação Liberdade”, nome dado ao movimento para destituir Maduro do poder.

Nesta terça-feira, o procurador-geral venezuelano, Tarek William Saab – próximo a Maduro –, alertou que o Ministério Público está juntando provas contra os “reincidentes nesta tentativa de atividade conspiratória à margem da legalidade” – o que aumenta o risco de prisão a Guaidó.

G1