Bolsonaro afirma que vacina depende da Anvisa e não dele

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Em mais uma manifestação, o presidente Jair Bolsonaro disse neste sábado que não se sente pressionado e “não dá bola” para o fato de outros países já terem começado a imunizar suas populações.

A declaração ocorreu depois de ele lembrar que já assinou uma medida provisória liberando R$ 20 bilhões para a compra de vacinas e alfinetar governadores, sem citar nenhum deles nominalmente, que cobram celeridade na aprovação dos imunizantes.

— Entre eu e a vacina tem uma tal de Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], que eu respeito, e alguns não querem respeitar, é só isso — declarou Bolsonaro, durante passeio por Brasília nesta manhã.

O presidente reforçou o argumento que vem utilizando de que nem as próprias fabricantes dos imunizantes não se responsabilizam por eventuais efeitos colaterais dos produtos. O país já soma mais de 190,5 mil mortes pela Covid-19 e diversos estados registram alta de casos.

— Ninguém me pressiona pra nada, eu não dou bola pra isso. É razão, razoabilidade, é responsabilidade com o povo, você não pode aplicar qualquer coisa no povo — comentou.

Bolsonaro repetiu na sequência que tudo o que viu “até agora em vacina que poderão ser disponíveis tem uma cláusula que eles não se responsabilizam por qualquer efeito colateral”.

Ao ser indagado se estava se referindo ao caso da vacina da Pfizer/BioNTech, como já havia externado nos últimos dias, o presidente respondeu que falava sobre “todas elas”.

— Pelo que eu vi até agora, todas elas.

O Brasil não aprovou nenhuma vacina até o momento. Nenhuma fabricante solicitou pedido de registro emergencial ou definitivo à Anvisa. No mundo, países como Reino Unido, Estados Unidos, México, Costa Rica e Chile foram mais ágeis nas negociações e parcerias e já deram início à vacinação contra a Covid-19.

Segundo o site Our World in Data, que acompanha a imunização contra a Covid-19 a nível global através de diferentes fontes oficiais, mais de 3,8 milhões de pessoas já foram vacinadas com diferentes fórmulas contra o Sars-CoV-2 no mundo. À exceção de casos isolados, não há até o momento registro de efeitos adversos em escala expressiva.

A segurança das vacinas é atestada na terceira e última fase dos ensaios clínicos e os resultados são analisados pelas reguladoras de saúde, mesmo nos casos em que a aprovação é concedida no modelo emergencial.

O Globo