Viver despreocupado

Por - em 8 anos atrás 754

Eu gostaria de fazer parte dos 7% da população que vive cada segundo da vida sem a necessidade de se preocupar com absolutamente nada, e nem ficar a esperar o que venha acontecer no segundo adiante.

Gostaria de ter a mente lenta como os passos de uma tartaruga para ser capaz de andar sem procurar os minutos de um relógio ir aonde não possam saber, e saber a onde possa me encontrar.

Ter o direito de ser feliz com as poucas vestimentas, sem a necessidade de usar o que não gosto, para seguir a rotina de uma burocracia que apenas olha para os encantos das moedas, e esquece a verdadeira solidão.

Ter o riso permanente sem a necessidade de esboçar falso sorriso apenas para fantasiar um dia que me envolveu de profundo sentimento de saudade e se tornou a imagem de uma morte em vida.

Saber buscar em profundos sentimentos uma maneira de minimizar o medo que circunda quem procura uma paz interior, e apenas encontra um silêncio de resposta sem nexo, diante do seu grito.

Saber estender mãos mesmo sem a necessidade, pois é através da consolidação de um abraço que podemos encontrar a arte de ser feliz, e através desta necessidade contagiar a vida de alguém.

Dormir com a certeza de que os meus trabalhos foram capazes de trazer a tona um sorriso, de sossegar os gritos de tristezas, de amparar com o meu rosto colado a um rosto que derrama suas lagrimas pela incerteza do amanhã.

Oferecer os meus sonhos aos que vive em intenso pesadelo; trazer para realidade da vida o caos que de forma profundo penetrou no corpo de um sofredor e feriu de maneira mortal o seu espírito.

Ávido pela proteção do mundo, que vem se perdendo numa guerra insana, onde irmãos se sacrificam e matam irmãos, onde o caminho da maldade é mais tratado do que as passarelas que levam o homem ao bem.

Que possa ser mais reflexivo as intempéries da vida, para que não se torne melancólico; prestimoso, mas não chato; não desperdiçar as melhores coisas que a vida nos oferece para que não seja taxado de orgulhoso.

Que eu possa enxergar as coisas que me eram tão estranhas;ouvir o canto de um murmúrio para que fosse capaz de auxiliar;mergulhar na melodia da verdade para que não fosse capaz de compor estrofe de mentiras.

Na tristeza ou no perigo, ou quando a solidão olhar de forma impiedosa para o meu irmão;eu renove as minhas forças e seja capaz de reconfortar as sua fadigas.

Rafael Holanda