Ricardo critica reformas e diz que Temer não tem legitimidade para promovê-las

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ricardo criseNesta segunda-feira, 1º de maio, o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB) avaliou as reformas do governo de Michel Temer, especialmente as da Previdência e Trabalhista, e afirmou que o empresariado não deveria depositar expectativa de melhores tempos nestas mudanças propostas pelo atual presidente: “O Brasil vive de maneira muito apreensiva esse clima de reformas. Tenho clareza de que precisa haver mudanças, mas que sejam mudanças que não inviabilizem o acesso à Previdência. A Previdência é uma necessidade de qualquer civilização. As pessoas não podem simplesmente serem deixadas ao relento porque perderam a capacidade de produzir em função da idade ou de uma série de coisas. A Previdência é uma conquista de todos, como leis que regulem as condições dentro do trabalho que são essenciais. A Europa tem leis e foi o continente que mais avançou na economia. Não é possível retirar quase tudo do trabalhador e para fazer isso, você precisa de legitimidade e o País passa por uma grande crise de legitimidade. É fundamental que se espere as próximas eleições porque os que estarão eleitos terão a legitimidade necessária para pactuar reformas com a sociedade. Este 1º de Maio é de muita luta do trabalhador e do imaginário do trabalho. Nenhum empresário pense que vai melhorar os negócios se rebaixar salários. A empresa só existe se tiver quem compre. O que faria a economia melhorar seria aumentar o poder aquisitivo, o poder de consumo. Assim, com redução de direitos, as pessoas vão produzir cada vez menos. Essa luta não é só de quem tem carteira assinada, mas do empresário que precisa compreender que é fundamental ter uma ambiência trabalhista na qual os trabalhadores possam consumir cada vez mais”.

A declaração foi dada durante o programa Fala, Governador, transmitido semanalmente pela Rádio Tabajara. Ao fim da edição de hoje, o socialista prestou uma homenagem ao cantor e compositor Belchior, morto no último sábado, em Santa Cruz do Sul (RS), aos 70 anos. Ele vivia na cidade de 126 mil habitantes do Vale do Rio Pardo, a cerca de 150 km de Porto Alegre, com a mulher, que o encontrou morto. Ela disse à polícia que Belchior não tinha problemas nem tomava medicamentos. Ele se sentiu mal na noite de sábado, se queixou de muito frio à esposa e disse que ia descansar no sofá da sala, que ele usava para fazer suas composições, segundo vizinhos.

“Quero dizer da nossa tristeza, de um país inteiro, de perder uma poesia em que o país inteiro se encontrou. Pouca gente pode ter passado pela vida, nesta época, sem ter ouvido o canto forte, autêntico, verdadeiro de Belchior. Estava afastado do palco há dez anos, mais ou menos. Desde novembro, estávamos fazendo uma busca ativa, conversando com pessoas para encontrar Belchior e colocá-lo em contato com uma das melhores orquestras sinfônicas do Brasil que é a da Paraíba. Gostaríamos muito de ter localizado Belchior e tê-lo trazido para uma grande homenagem. Infelizmente, não deu. Seu canto pleno de latinidade, talvez tenha sido o artista que mais cantou o Brasil real, o homem que sai do norte e vai para o sul em busca de uma nova alternativa de vida… ele era um grande nome e eu queria prestar uma homenagem singela. Gostaria de terminar esse programa homenageando Belchior e toda uma geração que comeu e bebeu a poesia de Belchior e que a Tabajara tocasse uma das músicas mais emblemáticas dele que se chama “Velha Roupa Colorida”.

Redação