Tribunal nos EUA inocenta mulher que usava Google Glass enquanto dirigia

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 O tribunal de trânsito de San Diego, nos Estados Unidos, inocentou na quinta-feira (16) a desenvolvedora Cecilia Abadie, que, acredita-se, teria sido a primeira motorista do país a ser multada por dirigir usando o Google Glass, óculos inteligente do Google.

O Comissário John Blair decidiu que Cecilia Abadie não era culpada. Segundo o oficial, ela recebeu uma citação baseada em uma lei que exige uma prova de que o dispositivo estava em operação. Mas o oficial que a multou não forneceu tal informação.
 

O oficial de estrada Keith Odle viu que ela estava usando um Google Glass e acrescentou uma citação geralmente dada a pessoas que dirigem enquanto um vídeo ou uma tela de TV está ligada na parte da frente do veículo.

Odle testemunhou na quinta-feira (16) que o "hardware do dispositivo estava bloqueando sua visão periférica do lado direito" e que por isso ela acelerou o carro em direção a patrulha a 136 km/h.

O comissário rejeitou a especulação, observando que Odle nunca tinha usado o dispositivo. Ele não aceitou a documentação sobre a velocidade e inocentou Cecilia. O comissário Blair também pediu que Odle desligasse seu telefone celular depois que ele tocou duas vezes, interrompendo o processo.

O advogado de Cecilia, William Concidine, disse que o dispositivo não foi ativado enquanto ela estava dirigindo e que o código de trânsito era irrelevante, pois não especifica que os motoristas estão impedidos de usar o Google Glass.

Ele disse que espera que o caso estimule os legisladores a rever a legislação sobre o assunto, caso contrário, o código estará sempre aberto a interpretação pelos tribunais individuais.

Cecilia afirmou após a sentença que estava feliz, mas que espera que o tribunal determine que o Google Glass possa ser usado na direção, ativado ou não. "Eu acredito que é um sucesso inicial, mas temos um longo caminho a percorrer", disse Cecilia, usando o dispositivo fora do tribunal após a decisão.

"A diversão está apenas começando", afirmou Vivek Wadhwa, pesquisador da Standford Law School. De carros sem motoristas para dispositivos portáteis que podem melhorar as funções humanas, Wadhwa disse, há uma série de questões jurídicas a serem respondidas. Por exemplo, quando um carro do Google operado por computador está na estrada e atinge alguém, quem é o responsável? O passageiro, a fabricante de automóveis ou o desenvolvedor de software?, questionou.

Especialistas dizem que a decisão de primeira instância não estabelece um precedente legal, mas marca o início de uma série de casos que eles esperam ver nos tribunais, de legisladores lutando para acompanhar a rápida evolução da tecnologia.

Após a decisão, o Google alertou seus clientes: "O Glass é construído para conectá-lo mais com o mundo ao seu redor, e não confundi-lo com isso", disse o Google em comunicado. "Exploradores deve sempre usar o Glass de forma responsável e colocar a sua segurança e a segurança dos outros em primeiro lugar."

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