Jornais do Brasil nessa Sexta Feira 15 de abril

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15 de abril de 2016

O Globo

Manchete : Câmara tem 342 votos declarados pró-impeachment

PMDB e cinco partidos pequenos decidiram orientar seus deputados a votar pelo afastamento da presidente

A Câmara já tem 342 votos declarados pela aprovação do impeachment da presidente Dilma, segundo levantamento feito pelo GLOBO ouvindo os deputados. O número representa dois terços do total de 513, proporção que, se confirmada na votação de domingo, levará o processo ao Senado, responsável por julgar a presidente. Outros 118 parlamentares disseram que votarão contra o afastamento e 53 ainda se declaram indecisos ou não responderam. Caso o resultado seja acolhido pelos senadores, em votação que deve ocorrer em maio, Dilma será afastada por 180 dias e o vice Michel Temer assumirá. Ontem, o PMDB e cinco partidos nanicos decidiram recomendar o voto pró-impeachment. Peemedebistas calculam que 90% da bancada seguirão a orientação. (Págs. 3, 10 e 11)

Dilma tenta reverter debandada de aliados

A presidente Dilma reuniu governadores e ministros no Palácio da Alvorada para tentar reverter a debandada de aliados. (Pág. 4)

STF rejeita ação contra ordem de votação

Por 6 votos a 4, o Supremo rejeitou ação do PCdoB contra a ordem estabelecida para a votação do impeachment no domingo. (Pág. 8)

Servidores do estado pressionam pelo pagamento a aposentados

Grupo invade sede da Fazenda e diz que só sairá se salário for depositado

Servidores e estudantes invadiram ontem a Secretaria de Fazenda e disseram que só deixarão o prédio se o estado pagar a aposentados e pensionistas que não receberam salários este mês. Segundo associação de bancos, o governo estadual já tem dívida de R$ 1,5 bilhão em empréstimos consignados a funcionários, que são descontados e não estão sendo repassados. (Pág. 13)

Demissões recordes em março

Analistas calculam que o Brasil perdeu até 135 mil vagas com carteira em março, no pior resultado em 24 anos. Todos os meses, meio milhão de trabalhadores deixa de receber as parcelas do seguro-desemprego, o que aumenta a pressão no mercado. (Pág. 21)

Rombo fiscal pode ir a R$ 65 bi

Em proposta ao Congresso, governo prevê não economizar para pagar a dívida em 2017. Com frustração de receitas, déficit chegaria a R$ 65 bi. (Pág. 25)

Dilma é criticada por cientistas

A presidente Dilma foi acusada por cientistas de tomar uma decisão populista ao sancionar, ontem, o projeto de lei que autoriza o uso da fosfoetanolamina sintética, a “pílula do câncer”. A Anvisa criticou a falta de testes com a substância. (Pág. 29)

Carta pede fim de guerra às drogas

Documento assinado por mais de mil líderes e personalidades mundiais pede às Nações Unidas uma reforma na política de drogas. (Pág. 29)

Colunistas

MERVAL PEREIRA – STF está cauteloso e tende a não interferir no mérito (Pág. 4)

ANCELMO GOIS – Embaixada pede que franceses evitem ir a atos no Brasil (Pág. 14)

NELSON MOTTA – Compra de votos é a degradação do Congresso (Pág. 19)

MÍRIAM LEITÃO – Cardozo admite que governo errou, mas nega crime (Pág. 22)

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O Estado de S. Paulo

Manchete : Oposição já tem votos para o impeachment na Câmara

Placar do ‘Estado’ apontava, até a 0h30 de hoje, que o grupo que defende a saída de Dilma alcançou os 342 apoios necessários

Placar do Impeachment do Estado mostra que a oposição alcançou ontem os 342 votos necessários para aprovar a admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara. O número foi atingido com a declaração de voto do deputado Altineu Côrtes (PMDB-RJ). A votação será no domingo. Caso a admissibilidade seja aprovada, o processo seguirá para o Senado, onde aliados do vice Michel Temer já pressionam o presidente, Renan Calheiros (PMDB-AL), para acelerar o rito que decidirá sobre um eventual afastamento de Dilma. Temer planeja mudança ministerial e “choque” na gestão econômica caso assuma a Presidência interinamente. O plano é criar nova base aliada no Congresso e propor reformas que precisem de aval dos parlamentares. Uma das ideias é reduzir de 32 para, no mínimo, 20 o número de ministérios. As mudanças não devem poupar nem sequer os seis ministros do PMDB hoje no governo. O vice já busca nomes para pastas como Fazenda e Justiça. (Política A4 a A7)

Análise – Eliane Cantanhêde

Cartas do baralho – Como conciliar a promessa de um ministério de “notáveis” com compromissos que Temer tem assumido com partidos que aderiram
ao provável futuro governo? (Pág. A6)

STF rejeita barrar votação e mantém ordem de Cunha

A maioria dos ministros do STF decidiu na noite de ontem que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pode adotar o critério de alternância entre Estados do Norte e do Sul, e em seguida o inverso, na votação do pedido de abertura de impeachment da presidente Dilma Rousseff. O governo também foi derrotado ao ter negado seu pedido de que o parecer do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), favorável ao afastamento da petista, fosse anulado. (Política A8)

Foto-legenda : Acertos finais

Líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani , pró-governo, reúne-se com colegas: 90% dos deputados do partido consultados são favoráveis ao impeachment (Pág. 4)

Ex-zelador do tríplex – ‘Punido por falar verdade’

José Afonso Pinheiro recebe cumprimentos de desconhecidos no Guarujá. Demitido do condomínio do tríplex que seria de Lula, o ex-zelador foi convidado a se filiar a partido, informa Gilberto Amendola. E não esconde a mágoa: “O que dói é ser punido por falar a verdade”. (Pág. A12)

Dilma sanciona lei da pílula do câncer; Anvisa avalia ir à Justiça

A Anvisa estuda entrar com ação na Justiça para anular efeitos da lei sancionada ontem pela presidente Dilma Rousseff que libera o uso da fosfoetanolamina sintética – a “pílula do câncer”– sem pesquisas que comprovem sua segurança e eficácia. A agência alertou que a liberação põe em risco a saúde da população e abre perigoso precedente. Já para pacientes com câncer e suas famílias a sanção foi motivo de comemoração. (Metrópole A18)

Governo prevê déficit de até R$ 65 bi em 2017 (Economia B1)

Abin confirma ameaça terrorista

A Agência Brasileira de Inteligência confirmou ontem ameaça de ataque ao Brasil feita por integrante do Estado Islâmico em novembro pelo Twitter. (Internacional A14)

Roberto Romano

Receita para um golpe de Estado – Mentiras, o preparo de um número pequeno de líderes e as massas transtornadas pelo rígido fanatismo. Está feito o golpe. (Espaço Aberto A2)

Notas&Informações

Agora a presidente quer ‘diálogo’ – Dilma Rousseff fala como se fosse realmente capaz de unir o que ela mesma dividiu (A3)

Dilma e seu mundo diferenciado – Para ela, o ajuste fiscal do Brasil é diferenciado porque evitou o caminho seguido pela Europa (A3)

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Folha de S. Paulo

Manchete : Empreiteira bancou pesquisas para Dilma em 2014 via caixa 2

Andrade Gutierrez usou contrato que tinha com instituto Vox Populi; campanha da petista nega

A Andrade Gutierrez usou contrato com o instituto Vox Populi para pagar pesquisas usadas e não declaradas pela equipe de comunicação da campanha da reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) em 2014, informam Graciliano Rocha, Valdo Cruz e David Friedlander. Investigada na Lava Jato, a empreiteira tinha um contrato com o instituto que acabou utilizado para bancar pesquisas qualitativas encomendadas pela equipe de produção de programas da então candidata petista. A prática configura caixa dois. Os pagamentos ultrapassaram R$ 10 milhões, e os repasses da construtora ao Vox Populi não estão incluídos na prestação de contas da campanha nem do PT. A chefia da campanha de Dilma em 2014 nega ter usado a Andrade para pesquisas e diz que todos os contratos foram declarados à Justiça Eleitoral. Empresa e instituto não comentaram. (Poder A11)

STF rejeita 1ª contestação ao rito do impeachment

Após contestação do PCdoB, o STF validou trecho do regimento da Câmara que prevê que votações nominais devem começar com deputados do Norte e do Sul, de modo intercalado, como decidiu o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB). Os ministros do Supremo ainda analisariam duas ações que questionam esse sistema, a fim de determinar como será feita no domingo (17) a votação no plenário da Câmara do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). (Poder a4)

Foto-legenda : Farra

Foto apreendida mostra Carlos Lopes, ex-vendedor suspeito de integrar máfia da merenda na gestão Alckmin (PSDB), contando maços de dinheiro. Defesa não foi encontrada (Poder a14)

Painel

Governo prepara resistência em caso de afastamento

Dilma se prepara resistir por 180 dias caso o Senado inicie o processo de impeachment. A expectativa é que o ajuste fiscal de Temer, a pressão de grupos de esquerda e a Lava Jato permitam que ela retorne após o julgamento. (Poder a4)

Hélio Schwartsman

Vizinhos são mais sábios na tradução de termos jurídicos

Ao chamar o impeachment de julgamento político, nossos vizinhos de língua espanhola afastam a ideia de que deve ser idêntico a um juízo penal. E, ao optar por “acusação constitucional”, evitam apalavra “crime”. (Opinião a2)

Colunistas

Ruy Castro – Presidente mostrou eficiência na arte de se cercar de traidores (Opinião A2)

Reinaldo Azevedo – Câmara vai escolher entre risco do caos e chance de esperança (Poder A6)

Boris Fausto – Não alcançaremos o melhor dos mundos só com afastamento (Opinião A3)

Vladimir Safatle – Quem se indigna com a corrupção deve lutar contra futuro governo (Ilustrada c10)

Mônica Bergamo – Temer quer atrelar Armínio Fraga como ministro a Aécio (Ilustrada C2)

Editoriais

Leia “Clima de coexistência”, sobre ambiente de votação do impeachment, e “Incógnitas sobre zika”, acerca de relação entre doença e microcefalia. (Opinião A2).

Redação