Ricardo chama de ‘Pitaqueiros’ os que estão contrários ao fim do racionamento

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ricardo 4O governador Ricardo Coutinho (PSB) está revoltado com as decisões que têm sido tomadas contra o fim do racionamento e não escondeu seu descontentamento. Ele chamou de “pitaqueiros” aqueles que estão se posicionando contrários à medida adotada pelo governo de voltar ao abastecimento normal de água na região de Campina Grande. A suspensão do fim do racionamento na cidade foi deferida nessa segunda-feira (21) pela juíza Ana Carmen Pereira Jordão em liminar da Defensoria Pública do Estado. A antecipação do fim do racionamento de água em Campina tinha sido feita também nessa segunda pelo governador durante entrevista coletiva na sede da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa).

“Eu lembro que no dia 17 de julho a Agência Nacional das Águas (Aesa), que é quem pode falar sobre o Boqueirão, não é um pitaqueiro de lá e de cá, através de uma resolução, já tinha autorizado ao governo do Estado, que é quem distribui a água, a suspender o racionamento. Nós não retiramos porque, e por decisão nossa, decidimos esperar sair do volume morto. Agora vem uma Defensoria Pública que sequer sabe fazer jus ao nome porque… Estão defendendo quem? O povo é que não é! São pessoas que não sabem o que é racionamento ou moram em Brasília, ou em João Pessoa, e ficam pitacando”, disparou.

O procurador geral do Estado, Gilberto Carneiro, classificou a decisão da juíza Ana Carmem Pereira Jordão como uma tentativa do Judiciário de interferir no poder do Estado. “Realmente nos preocupa esse ativismo judicial que está acontecendo em alguns segmentos do Judiciário. Fomos surpreendidos ontem com uma decisão da magistrada de Campina Grande em que ela proíbe a suspensão do racionamento da água em Campina Grande, numa clara afronta, ao meu ver, ao princípio da separação dos Poderes, ou seja, um juiz querendo atuar na condição de gestor”, disse o procurador em entrevista ao programa Correio Debate da rádio 98FM/Correio Sat.

Segundo Gilberto Carneiro, não tem fundamento punir a população por causa de questões políticas. “Isso não faz sentido, ficar penalizando toda uma população por conta de alguns poucos que não querem que uma decisão importante como essa seja tomada por questões de ordem política”, afirmou.

O procurador não quis generalizar sobre o Judiciário paraibano, mas afirmou que algumas decisões individuais prejudicam a relação do Estado com o setor. “Não posso falar pelo Judiciário como um todo, mas posso falar por algumas decisões que têm acontecido de forma individualizada, de forma pontual, mas que acaba prejudicando a relação entre judiciário e executivo”, explicou.

De acordo com Gilberto Carneiro, a procuradoria entrará com o recurso para que a decisão seja revertida ainda nesta terça-feira (22). “Nós estamos concluindo, juntando todos os elementos, tivemos algumas dificuldades por conta do PGE, o sistema é virtual e estávamos tendo dificuldade de ter acesso a alguma peças que foram juntadas pela Defensoria que é a autora da ação, mas hoje à tarde estará sendo dada entrada no recurso e nós esperamos que esta decisão seja revertida o mais rápido possível”, disse.

Ministério Público 

Na contramão do que pensa o procurador geral do Estado, o procurador de Justiça do Estado da Paraíba, Francisco Sagres, afirmou que ainda não é o momento de acabar com o racionamento. “O racionamento tem que findar, só que eu acho que agora não, nós não temos ainda segurança hídrica para dar tranquilidade ao povo que não vai retornar este racionamento. A partir do dia primeiro está prevista a ligação de todas as bombas e ai com certeza nós teremos condições de acabar com o racionamento plenamente sem ter nenhuma dificuldade, sem nenhuma possibilidade de amanhã ou depois suspender esse racionamento”, afirmou.

Correio