Tenho tristeza

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Família, este rosário divino, vem perdendo suas contas, por caminhos desencontrados, pois pais enterram seus filhos antes de começarem a estrada, por conta do progresso que fez da reza, um inferno, e entregou aos jovens, o mundo como seu professor.

Já não se respeita a vida, e muitos a tem como um pequeno espaço, buscando a rapidez sem embaraço, para cessar a grande alegria de alguém que um dia esperava seu sucesso.

Já não se reza e nem conversa, pois a sua arma maior do dialogo se encontra em computador ou redes sociais de telefone, que por sua esperteza enterrou sonhos e deixou lesões permanentes ao que ontem se chamava beleza.

O progresso desfez alegria, destroçou dentes que serviam para mastigar, e entregou um liquidificador para a preguiça aumentar, fraquejou a marcha que servia de exercício, por um carro, e para completar a desgraça, entregou-lhe droga e cachaça para realizar a triste sinfonia.

A bênção de cada dia se fez silêncio, e a crença com tristeza, se debruçou sobre a mesa, para cobrar solução e sem ter resposta fechou a porta que era estreita impedindo inclusive oração.

Hoje se enterra mais jovens em plena juventude deixando em uma casa a tristeza sem igual, fazendo morrer em vida os pais que se perderam na tristeza do dia e passaram a viver sem dias.

Já nos esquecemos de sentar á mesa como família de antigamente, porque um senta e come e foge, como se nada pudesse contar de importante, e na hora mais sagrada se senta o pai, a mãe e mais nada.

A noite se torna vigilância, e o pai sentado na escada ouve o badalar do sino, e o silencio complementa sua solidão, pois o maldito telefone entregue para boas noticia, dorme nos bares de algum lugar e não responde.

Resta agora esperar que a alegria bata a porta do jeito que vier, com lucidez ou embriagado, mas que venha para o nosso lado, para que os velhos com os corpos alquebrados possam em fim deitarem e complementarem a longa noite, que por si já era dolorida.

Por Rafael Holanda