Paraíba tem apenas 18,4% dos municípios comandados por mulheres; veja a relação

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Anna Lorena (Monteiro), Maria Eunice (Mamanguape), Francisca das Chagas (Coremas) e Renata Christinne (Belém) foram gestoras eleitas nas últimas eleições municipais, em 2016 (foto)

A região Nordeste é a maior do Brasil com percentual de prefeitas (16%) e com o maior número absoluto: 288 prefeitas, diante de 1.505 prefeitos, conforme levantamento do Instituto Alziras. Os dados mostram que as mulheres representam 51% da população brasileira, mas apenas 12% governam prefeituras. Na Paraíba, dos 223 municípios, as mulheres comandam apenas 41, o que representa 18,4% do total. Diante dessa realidade, o Estado ocupa a quarta posição entre os estados nordestinos no número de mulheres à frente dos Executivos.

Nesse domingo (8), Dia Internacional da Mulher, a Federação das Associações de Municípios da Paraíba (Famup) destacou a capacidade e compromisso das gestoras com a população e reafirmou apoio por meio do Movimento de Mulheres Municipalistas (MMM).

“A Famup articulou a criação do Movimento de Mulheres Municipalistas e vem colaborando com a formação de novas lideranças. Precisamos de igualdade, de mais mulheres comandando municípios paraibanos, por isso, essa é bandeira que defendemos, principalmente para as eleições deste ano”, disse o presidente da Famup, George Coelho.

A prefeita de Monteiro e presidente do MMM, Anna Lorena, disse que o objetivo é fortalecer as práticas e ações que garantam um maior número de mulheres na política, principalmente nas eleições deste ano. “É preciso que as mulheres participem da política de forma direta, para que essa realidade no nosso Estado possa mudar. Hoje somos 41 prefeitas no Estado, mas nosso objetivo é mudar essa realidade nas próximas eleições. Precisamos ocupar os nossos espaços dentro da política e faremos, principalmente a partir de agora com a criação do Movimento de Mulheres Municipalistas”, afirmou.

Pesquisa

De acordo com o levantamento do Instituto Alziras, o número de prefeitas eleitas no Brasil caiu em comparação com as eleições anteriores. Foram 640 gestoras eleitas em primeiro e segundo turnos, 3% a menos que nas eleições de 2012. Do total de 5.568 municípios brasileiros, 68% não tiveram nem mesmo candidaturas de mulheres ao cargo de chefe do poder executivo local.

Atualmente, com 11,7% de mulheres à frente das prefeituras, o Brasil segue abaixo da média de 14,6% de Prefeitas nos países da América Latina, Caribe e Península Ibérica, de acordo com indicador calculado pelo Observatório de Igualdade de Gênero da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).

A pesquisa, que ouviu 45% das 649 das prefeitas eleitas em 2016, mostra que as mulheres que estão à frente das prefeituras acumulam experiência na política em sua trajetória, têm mais anos de estudo do que os prefeitos homens e superam enormes desafios em municípios pequenos e sem recursos.

O Instituto

O Alziras é uma organização que tem o objetivo de desenvolver ferramentas para contribuir para o aumento da participação das mulheres na política. Para isso, entendemos ser fundamental compreender as experiências das mulheres na política municipal, pois ela é a porta de entrada e a base da construção de parte significativa das carreiras políticas.

Eleições

Em 2012, na Paraíba foram 49 mulheres eleitas para as prefeituras de suas cidades. Ou seja, de 2012 para 2016, dez mulheres deixaram de ocupar o cargo de prefeita nos municípios. O último pleito interrompe a sequência de crescimento da presença feminina nos poderes executivos municipais. Em 2004, foram eleitas 27 mulheres (12,1%) do total. Em 2008, este número cresceu para 36 (16,2%) e, em 2012, aumentou para 49 (22%), o maior índice da série histórica.

A primeira mulher eleita para comandar um município da Paraíba foi Dulce Barbosa, ex-prefeita de Queimadas, eleita na década de 1960. De lá para cá, houve uma evolução na participação feminina, porém, bem aquém do que seria adequado.

Confira as mulheres prefeitas na Paraíba:

Algodão de Jandaíra – Maricleide Izidro da Silva

Alagoinha – Maria Rodrigues de Almeida Farias

Areia de Baraúnas – Maria da Guia Alves

Barra de Santana – Cacilda Farias Lopes de Andrade

Belém – Renata Christinne Freitas de Souza Lima

Boa Ventura – Maria Leonice Lopes

Borborema – Gilene Cândido da Silva Leite Cardoso

Caldas Brandão – Nelma Rolim

Carrapateira – Marineide da Silva Pereira

Conde – Márcia Lucena

Coremas – Francisca das Chagas Andrade de Oliveira

Diamante – Carmelita de Lucena Mangabeira

Duas Estradas – Joyce Renally Félix

Fagundes – Magna Danas

Itapororoca – Elissandra Maria Conceição de Brito

Juarez Távora – Maria Ana Farias dos Santos

Livramento – Carmelita Ventura

Logradouro – Célia Maria de Queiroz Carvalho

Joca Claudino – Jordhanna Lopes dos Santos

Mamanguape – Maria Eunice do Nascimento Pessoa

Marcação – Eliselma Silva de Oliveira

Matinhas – Fátima Silva

Monteiro – Anna Lorena de Farias Leite Nóbrega

Natuba – Janete Santos

Ouro Velho – Natália Carneiro Nunes de Lira

Pilões – Socorro Brilhante

Pilõezinhos – Mônica de Sandro

Poço de José de Moura – Aurileide Egídio de Moura

Quixaba – Cláudia Marcário Lopes

Riachão do Poço – Maria Auxiliadora Dias Rego

São Bentinho – Giovana Leite Cavalcanti Olímpio

São Domingos de Pombal – Odaisa de Cassia Queiroga da Silva

São Domingos do Cariri – Inara Marinho Ferreira da Silva

São José de Princesa – Maria Assunção

São José do Bonfim – Rosalba Mota

São José do Brejo do Cruz – Ana Maria

São Vicente do Seridó – Maria Graciete do Nascimento Dantas

Santa Teresinha – Terezinha Lúcia Alves de Oliveira

Santo André – Silvana Fernandes Marinho

Serra da Raiz – Adailma Fernandes da Silva Lima

Sossêgo – Lusineide Oliveira Lima

Redação