‘Liberdade do Brasil ainda é ameaçada’, diz jornalista Constantino após CPI desistir de intimidar Jovem Pan

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Na volta aos trabalhos depois do recesso parlamentar, a CPI da Covid-19 decidiu nesta terça-feira, 3, desistir de votar o requerimento de quebra de sigilo bancário do grupo Jovem Pan. O pedido foi tirado da pauta depois da repercussão negativa do requerimento feito pelo relator da Comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL). Segundo ele, o pedido foi um “equívoco”: “Nada que possa respingar na liberdade de expressão vai ter a minha aceitação”, declarou. Apesar da retirada do nome da Jovem Pan, outros sites e empresas, como a produtora Brasil Paralelo, continuam citadas no requerimento dos senadores.

O comentarista do programa “3 em 1”, da Jovem Pan, Rodrigo Constantino, voltou a chamar o relator Renan Calheiros de hipócrita após a retirada do pedido de quebra de sigilo do grupo. Para ele, a repercussão forte de entidades em relação à tentativa de intimidar o veículo fez com que o recuo ocorresse. “É um veículo independente, tradicional, que tem pluralidade de opiniões e o senador tentou sim intimidar, porque alguns têm a coragem de bater de frente com o G7, com o gabinete paralelo do lulismo nessa CPI circense. Voltou atrás, falou que foi um equívoco, óbvio que isso é para comemorar, menos mal, mas tem um resto que continuou sendo alvo”, afirmou, lembrando de outros sites chamados de “bolsonaristas” que continuam sob a mira da Comissão. ”A liberdade no Brasil ainda está muito ameaçada, justamente por aqueles que se dizem democratas que estão lutando para salvar a democracia da ameaça autoritária. É muita hipocrisia”, pontuou.

Ana Paula diz que requerimento não foi equívoco: ‘Renan Calheiros tentou intimidar jornalistas independentes’

A CPI da Covid-19 desistiu de votar o requerimento de quebra de sigilo bancário da Jovem Pan. Antes do início da sessão desta terça-feira, 3, o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que o pedido, de autoria do relator Renan Calheiros (MDB-AL) e do senador Humberto Costa (PT-PE) “não tem nada a ver” com as investigações do colegiado. Em coletiva, Calheiros disse que o requerimento foi “um equívoco” que ocorreu durante sua ausência no recesso parlamentar. “Não sei de quem é a culpa, mas, de minha parte, nada que possa respingar na liberdade de expressão vai ter a minha aceitação. Esse foi um posicionamento histórico que sempre tive e essa é uma oportunidade para reafirmá-lo. Queria, sem saber de quem é a culpa, pedir desculpas pelo que aconteceu. Não vamos concordar com esse tipo de coisa”, declarou.

Para Ana Paula Henkel, comentarista do programa “Os Pingos Nos Is“, da Jovem Pan, o requerimento de Calheiros não foi um equívoco. “O que ele tentou fazer mesmo foi intimidar a Jovem Pan, esse programa, os jornalistas independentes, que questionam, que tem a pulga atrás da orelha, que querem maiores explicações e tem opiniões próprias. A verdade é essa. Não tem equívoco da assessoria. Renan Calheiros tentou, sim, intimidar jornalistas independentes”, afirmou. “Poderíamos estar comemorando, mas não tem como a gente celebrar de forma completa se outros veículos e jornalistas independentes, que questionam também esses políticos dentro e fora da pandemia, continuam sendo perseguidos”, completou.

Com Jovem Pan

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