Jornais do Brasil nessa Quarta Feira 08 de Junho

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08 de junho de 2016

O Globo

Manchete: Partidos se unem contra prisões

Para Renan, pedido de Janot é abusivo; Sarney se diz ‘perplexo e revoltado’

Além do PMDB, integrantes de PT e PSDB criticam pedido do procurador-geral

O pedido de prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros, do ex-presidente José Sarney e do senador Romero Jucá, todos do PMDB e acusados de tentarem atrapalhar a Lava-Jato, provocou forte reação deles e dos partidos. A decisão está nas mãos do ministro do STF Teori Zavascki, que analisará o pedido do procurador-geral, Rodrigo Janot, revelado ontem pelo GLOBO. Janot também requereu a prisão do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, como mostrou a TV Globo. Renan chamou o pedido de “desproporcional e abusivo”. Sarney se disse “perplexo, indignado e revoltado”. A notícia deixou alarmado o Senado, onde tramita pedido de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff. Partidos de campos opostos, como PT e PSDB, defenderam os peemedebistas. (Pág. 3 e editorial “Percalços nos embates contra a impunidade”)

Tia Eron some, e votação sobre Cunha é adiada

Após cinco horas de sessão, o Conselho de Ética da Câmara adiou a votação do processo de cassação do presidente afastado, Eduardo Cunha, para evitar sua absolvição. Responsável pelo voto de desempate, a deputada Tia Eron (PRB-BA) não apareceu, o que daria direito de voto ao suplente Carlos Marun (PMDB-MS), defensor de Cunha. O presidente do conselho, José Carlos Araújo, usou artifício regimental para adiar a sessão. Cunha, que lançou mão de várias manobras para arrastar o processo contra ele por mais de seis meses, desta vez chamou o recurso de espúrio. Tia Eron reclamou do assédio e pediu paz para tomar sua decisão. A próxima sessão não foi marcada. (Pág. 7)

Gilmar: divulgação é ‘brincadeira’ com o Supremo

Sem citar nomes, o ministro do STF Gilmar Mendes chamou de “brincadeira” o vazamento dos pedidos de prisão de integrantes da cúpula do PMDB, o que, segundo ele, configura crime. Embora caiba ao relator da Lava- Jato, Teori Zavascki, se pronunciar sobre os pedidos, ele poderá submeter a decisão ao plenário do STF. (Pág. 3)

Jorge Bastos Moreno

Existem dois Sarney. Isso explica reações opostas a ele. (Pág. 6)

Merval Pereira

Nada será igual após o que estamos vivenciando. (Pág. 4)

Ancelmo Gois

Investidores esperam julgamento final do impeachment. (Pág. 14)

Ricardo Noblat

Ameaça de tsunami faz a República dormir mal. (Pág. 6)

Elio Gaspari

Janot leva faxina aos salões do PMDB, e o circo pega fogo. (Pág. 18)

Zuenir Ventura

Escrúpulos vão às favas por dinheiro, e não por ideologia. (Pág. 19)

Roberto DaMatta

Governar no Brasil é, acima de tudo, “se arrumar”. (Pág. 19)

Paulo Celso Pereira

Prisões podem levar a uma crise entre poderes. (Pág. 4)

PF investiga obra em Deodoro

A PF apura suposto desvio de recursos nas obras do Complexo Esportivo de Deodoro. Operação fez busca ontem em escritórios da OAS e da Queiroz Galvão. (Pág. 29)

Senado aprova Ilan Goldfajn no BC

Por 56 votos a favor e 13 contra, o Senado aprovou o nome do economista Ilan Goldfajn para a presidência do BC. (Pág. 25 e Míriam Leitão)

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Folha de S. Paulo

Pedidos de prisão de Renan, Cunha, Jucá e Sarney geram crise com STF

Vazamento do caso é crime, diz ministro Gilmar Mendes; políticos do PMDB negam acusação de tentar obstruir Lava Jato

Em ato inédito, a Procuradoria- Geral da República enviou ao Supremo Tribunal Federal pedidos de prisão de um ex-presidente da República, José Sarney, e de um presidente do Senado, Renan Calheiros. Ambos são do PMDB. O procurador-geral, Rodrigo Janot, também pediu a prisão de outros dois peemedebistas, o senador Romero Jucá e o deputado afastado Eduardo Cunha. Os quatro são acusados de tentar obstruir a Operação Lava Jato. A divulgação dos pedidos sigilosos pelo jornal “O Globo” causou crise com o STF. Para o ministro Gilmar Mendes, o vazamento é brincadeira e abuso de autoridade. Outro membro do tribunal falou em pressão sobre a corte. Os processos esperam, sem prazo, decisão do ministro relator, Teori Zavascki. No caso de Renan e Cunha, as medidas precisam ser discutidas pelo plenário do STF e, caso recebam aval, também do Senado e da Câmara. Já Sarney e Jucá estão no âmbito da segunda turma da corte, que trata da Lava Jato. Gravações feitas pelo delator Sérgio Machado, que sugerem articulação contra a investigação, baseiam os pedidos, exceto o de Cunha. Renan negou ter tentado obstruir a Justiça. A defesa de Jucá disse que a medida não se justifica. Sarney, alvo de pedido de prisão domiciliar e uso de tornozeleira, se disse “indignado”. Para Cunha, o pedido é “abusivo”. (Poder a4)

Riscode revés faz comissão adiar votação sobre Cunha

Presidente e relator do Conselho de Ética da Câmara manobraram para adiar a votação que decidiria se Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente afastado da Casa, teria o mandato cassado. Considerada voto decisivo, Tia Eron (PRB-BA) não apareceu, o que permitiria a um aliado de Cunha votar. Para a defesa do deputado, a decisão foi vergonhosa. (Poder a6)

Senadores aprovam Ilan Goldfajn para a presidência do BC (Mercado pág. 3)

Hélio Schwartsman

Corte deveria fazer um mutirão para julgar os políticos

Um pedaço da crise que o país atravessa seria evitado se o STF resolvesse rápida e definitivamente casos como os de Cunha e Renan. Quando peças-chave do Legislativo continuam a dar as cartas com a espada de Dâmocles sobre as cabeças, o resultado é a instabilidade política. Bem que o STF poderia fazer um mutirão para julgar no mérito os processos de políticos que lá estão. (Opinião a2)

Vinicius Torres Freire

Governo Temer gasta crédito com donos do dinheiro

Quanto à economia, Temer ainda está em período de graça, ao menos na opinião dos poderes do dinheiro. Os tumultos do seu início de governo, por enquanto só levantam a suspeita de que tudo pode ir à breca, não de que irá. Temer gasta esse crédito. Surfa no deficit de Dilma Rousseff. Os povos dos mercados toleraram. A incógnita maior, ressalte-se, está na coalizão indizível. (Mercado pág. 4)

PF investiga suposta fraude de R$ 85 mi em obra da Rio-2016 (Esporte B7)

Editoriais

Leia “Falta explicar”, sobre pedido de prisão de políticos peemedebistas, e “Evidências e versões”, acerca de mortes causadas por policiais em São Paulo. (Opinião a2).

Redação