Manifestação em Santiago, no Chile, reúne cerca de 1 milhão

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De acordo com imprensa chilena, é a maior manifestação desde o fim da ditadura militar no país.

1 milhão de pessoas protestam contra o governo no Chile

Cerca de um milhão de pessoas se reuniram na tarde desta sexta-feira (25) em Santiago, no Chile, na maior manifestação desde o início dos protestos no país e, segundo a imprensa chilena, desde o fim da ditadura (1973-1990).

Os protestos ocorreram, na maior parte do tempo, de maneira pacífica. Imagens mostram os manifestantes vestidos de vermelho, uma das cores nacionais do Chile, e empunhando bandeiras do país. A manifestação tomou as principais ruas do centro de Santiago – que, inclusive, está sob toque de recolher a partir das 23h (horário local).

A prefeita da região metropolitana de Santiago, Karla Rubilar Barahona, publicou no Twitter um vídeo que dá uma dimensão do protesto e uma mensagem de apoio aos manifestantes. “A região metropolitana é protagonista de uma marcha pacífica com cerca de 1 milhões de pessoas que representam o sonho de um Chile novo, de forma transversal sem distinção”, escreveu.Centenas de milhares manifestam nas ruas de Santiago, capital do Chile, nesta sexta-feira (25) — Foto: Esteban Felix/AP Photo

“Nosso país precisa de mais diálogo e marchas pacíficas!”, completa a mensagem.

Apesar de os relatos locais informarem que os atos seguem pacíficos, houve alguns focos de tumulto em partes de Santiago. Alguns manifestantes encapuzados fizeram barricadas e atearam fogo em um dos acessos ao metrô. Forças de segurança responderam com jatos de água e bombas de gás.

Piñera elogia protesto

Após críticas à violência nas manifestações ao longo da semana, o presidente Sebástian Piñera – alvo principal dos manifestantes – foi às redes sociais na noite desta sexta-feira para elogiar o ato que reuniu cerca de um milhão.

“A marcha multitudinária, alegre e pacífica de hoje, nas quais os chilenos pedem um chile mais justo e solidário, abre grandes caminhos de futuro e esperança”, escreveu Piñera no Twitter.

“Todos escutamos a mensagem. Todos temos mudado. Com união e ajuda de Deus, percorreremos o caminho a esse Chile melhor para todos”, completa a mensagem.

Protestos no Chile

O Chile vive, há cerca de uma semana, uma onda de protestos por todo o país que começou com atos contra o aumento no preço da passagem do metrô. O reajuste foi suspenso, mas os manifestantes continuaram nas ruas.

Manifestantes encapuzados colocam fogo em acesso a estação de metrô no centro de Santiago, no Chile, nesta sexta-feira (25) — Foto: Henry Romero/ReutersAmérica do Sul em turbulência; veja resumo

Por causa de confrontos entre manifestantes e forças de segurança, o presidente Piñera, decretou estado de emergência e, a partir de então, as principais cidades chilenas passaram a ter toques de recolher.

Piñera ainda anunciou um pacote de medidas que incluía aumento nas aposentadorias e reforma política. Mesmo assim, os protestos continuaram por todo o país – e, em alguns casos, os manifestantes pedem a saída do presidente.

Ao menos 19 pessoas morreram desde semana passada devido a incêndios em estabelecimentos, atropelamentos e confrontos com forças de segurança.

Congresso esvaziado e greve de motoristas

No início da tarde desta sexta, a sede do Congresso do Chile, que fica na cidade de Valparaíso, foi esvaziado devido a tumulto do lado de fora do prédio. Ao menos dois policiais se feriram.

Além disso, caminhoneiros e motoristas de transporte público entraram em greve no país. Centenas de caminhões paralisaram as rodovias chilenas – e pessoas em carros ou motos de passeio também participaram das manifestações.

Com G1