Mãe de adolescente que morreu após receber vacina da Pfizer diz que filha não tinha doença autoimune

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Isabelle Borges Valentim, de 16 anos, começou a passar mal em casa menos de 12 horas depois de tomar a primeira dose da vacina da Pfizer em uma escola em São Bernardo do Campo, na grande São Paulo. A imunização era o maior desejo da jovem, que havia ganhado uma viagem para Disney da mãe há um ano, mas que precisou adiar a realização do sonho até que fosse vacinada contra a Covid-19. Na última sexta-feira, 17, a Secretaria Estadual de Saúde divulgou uma nota na qual descarta que a vacina tenha sido a causa da morte de Isabelle. Segundo a pasta, 70 profissionais analisaram o caso e concluíram que a menina tinha uma doença autoimune rara e grave chamada de “Púrpura Trombótica Trombocitopênica“, um distúrbio que envolve a formação de pequenos coágulos de sangue por todo o corpo. Os coágulos bloqueiam o fluxo de sangue para os órgãos vitais como o cérebro, o coração e os rins. Cristiane Borges é a mãe de Isabelle e pela primeira vez aceitou falar publicamente sobre o caso.

Em meio à dor de ter perdido a única filha tão precocemente, ela enfrenta ainda a falta de informação por parte das autoridades. A mãe diz que a filha nunca teve qualquer doença pré-existente ou autoimune e afirmou que anualmente Isabelle passava por exames de rotina, inclusive de sangue. “Foi o que eu falei para os médicos. Eu nunca soube que a minha filha tinha nada. Ela sempre teve uma vida saudável. Então eu estou disponível para que o médico me chame e falei assim: ‘Mãe, você não sabia, mas a Isabelle tinha essa doença pré-existente’. Eu não sei. Eu não conheço, eu não sou médica, mas, em todos os exames, a Isabelle nunca teve nada. Foi depois que ela tomou a vacina”, apontou a mãe. A afirmação de Cristiane é a mesma do Secretário Municipal de Saúde de São Bernardo do Campo, Geraldo Sobrinho. “Pelo que nós vimos, pelo que os especialistas falaram, provavelmente ela não tinha nada. Essa coisa foi desencadeada agora, por isso a mãe tem toda a razão. Essa menina, pelo que falam e pelo que a mãe tem citado para nós, nunca passou com alguma doença pela rede pública”, afirmou Sobrinho.

O secretário esclarece ainda que a doença autoimune de Isabela foi descoberta quando a jovem estava internada na UTI. “Foram vários especialistas. Você tinha cardiologista, hematologista… Foi um grupo grande, que estuda os eventos adversos. Esses especialistas chegaram a esta conclusão de ‘Púrpura Trombótica Trombocitopênica’ porque o atestado estava dizendo outra coisa”, lembrou o secretário. Os sintomas de Isabelle foram ficando mais fortes com o passar dos dias. Fraqueza, falta de ar e até formigamento pelo corpo. A adolescente passou por dois hospitais em São Bernardo do Campo, e, em ambos, o que Cristiane ouvia era de que se tratava de uma reação adversa desencadeada pela vacina. A jovem foi internada depois que teve uma convulsão na porta do hospital, minutos após ter recebido a alta médica. Isabelle foi levada para o Hospital Vidas, em Santo Amaro, na Zona Sul de São Paulo. “Ela falou três palavras que não saem da minha cabeça: ‘Mãe, eu te amo’. Aí ela pediu um abraço e falou que a única coisa que ela queria era ficar boa. Eu falei: ‘Filha, acredita na mamãe. Você vai ficar boa’”, relatou. Cristiane conta que nenhuma autoridade de saúde municipal, estadual ou federal a procurou para esclarecer a morte da filha e que recebeu todas as informações, até agora, pela imprensa. “Eu nem peguei o prontuário. O hospital nem sequer me chamou para falar o que a minha filha tinha”, disse.

Redação com Jovem Pan

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