Prefeito de São Mamede é mantido preso após audiência de custódia

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O prefeito de São Mamede, Umberto Jefferson, conhecido como Doutor Jefferson, preso nesta terça-feira (15) pela Polícia Federal na Operação Festa no Terreiro 2, passou por audiência de custódia no Fórum de Patos (veja no vídeo abaixo a chegada do prefeito ao Fórum). Na audiência, a Justiça decidiu manter detido o prefeito e os demais capturados na ação da PF. Eles foram encaminhados para o quartel do Corpo de Bombeiros em Patos, ainda segundo informações junto à Polícia Federal.

Doutor Jefferson é um dos alvos dos mandados de prisão da operação “Festa no Terreiro 2”, realizada pela Polícia Federal e pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba (MPPB).

O objetivo da operação é combater esquema de direcionamento de licitações, desvios de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro. De acordo com a PF, além dos mandados de prisão preventiva, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão, sendo cinco no município de Patos e um no município de São Mamede, ambos no Sertão do estado.

Também foi determinado o afastamento de dois servidores de seus cargos públicos e o sequestro de bens no valor equivalente a R$ 5.187.359,94. Os crimes investigados durante a operação são os de frustração do caráter competitivo de licitação, violação de sigilo em licitação, afastamento de licitante, fraude em licitação ou contrato, peculato, corrupção passiva e corrupção ativa, além de lavagem de dinheiro.

Prefeito já foi alvo de mandados na primeira fase

Durante a primeira fase da ‘Festa no Terreiro’, em março deste ano, o prefeito de São Mamede já havia sido alvo da Polícia Federal. As investigações da PF apontaram que o Drº Jefferson, usaria o código “Festa no Terreiro” para se referir aos dias que ocorreriam licitações fajutas, realizadas pela administração municipal.

Gravações, realizadas pela PF e pelo Gaeco teriam captado a ação do gestor. Após ser alvo de mandados de busca e apreensão pela Polícia Federal naquela época, Drº Jefferson revelou surpresa com a ação e negou possíveis irregularidades em seu patrimônio. No apartamento do gestor a polícia teria tido acesso a computadores.

Ainda em março, em vídeo publicado horas após ser alvo da primeira fase da ‘festa no terreiro’, Jefferson se defendeu e relatou ter cooperado com a PF e que fez “questão de desbloquear” o telefone.

Quando começou a operação

No segundo semestre de 2021, a sexta fase da operação Recidiva, intitulada de ‘Bleeder’ investigou uma série de esquemas de fraudes em licitações no estado. Meses depois, a Bleeder culminou com uma outra operação, a ‘Festa no Terreiro’, com foco em fraudes no sertão do estado. De acordo com a PF, o nome da operação se dá após investigações apontarem para o uso do termo por agentes públicos do município de São Mamede, entre eles o próprio prefeito, nos dias em que ocorriam licitações fajutas.

Durante a primeira fase da operação, em março de 2022, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, sendo dez no município de Patos e um em João Pessoa.

Naquela época, foram encontrados mais de R$ 170 mil juntos a uma oração. De acordo com a Polícia Federal, o prejuízo aos cofres públicos é estimado em aproximadamente R$ 8 milhões.

Advogados do prefeito vão interpor recurso no STJ

À reportagem, o advogado Alexandre Nunes, que junto com o também advogado Fred Igor compõe a defesa do gestor, detalhou que a equipe acompanhou as diligências de busca, apreensão e prisão realizadas pela Polícia Federal contra o prefeito. Ainda segundo o jurídico, nas próximas horas deve ser interposto recurso frente ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ).

Redação com ClickPB

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